GESTÃO EMPRESARIAL DO COLÉGIO SANTA JOANA D'ARC

Caros aluno(a)s,

O Blog do prof. Jorge Luís Cesário fará o link entre professor e aluno.
Local reservado para a publicação de material didático, troca de informações, dúvidas, discussões e opiniões sobre Empreendedorismo & Negócios.


" A VANTAGEM COMPETITIVA DE UMA SOCIEDADE NÃO VIRÁ DA EFICIÊNCIA COM QUE A ESCOLA ENSINA MULTIPLICAÇÃO E TABELA PERIÓDICA, MAS DO MODO COMO ESTIMULA A IMAGINAÇÃO E CRIATIVIDADE."

ALBERT EINSTEIN


sexta-feira, 17 de outubro de 2008

LIDERANÇA PELO EXEMPLO


Antonio Ermírio de Moraes


Uma lição Antonio Ermírio jamais esqueceu. "Era garoto quando ameacei matar uma andorinha. Meu pai tinha um vizinho alemão, robusto e defensor da natureza, que tomou o estilingue da minha mão. Nunca mais pensei em matar uma mosca sequer", contou ele a ISTOÉ. Sorte de poucos, um império já o esperava quando nasceu, a 4 de junho de 1928, em São Paulo. Alfabetizado no tradicional colégio Rio Branco, decidiu seguir a trilha do pai, José Ermírio de Moraes. Em 1945, partiu para o Colorado, nos EUA, para se formar engenheiro metalúrgico na mesma faculdade do patriarca, a Colorado School of Mines. "No dia da minha viagem chovia muito. Os passageiros estavam com os pés lambuzados de lama e o avião decolou com o chão forrado de jornal." Da temporada americana, ele se lembra com nostalgia. "No Natal fui convidado para jantar na casa do professor que eu mais gostava. Isso foi a maior honraria que já recebi na vida." Apelidado de Tony pelos colegas americanos, viveu quatro anos num quarto de pensão ao preço de US$ 10 ao mês. Para economizar, comeu muito sanduíche. Certo dia, um amigo veio correndo lhe contar que ele havia tirado a maior nota da turma, 97. No único dia em que provou uísque na vida, o empresário descobriu que havia nascido com um rim só. Foi socorrido no hospital americano e saiu de lá com a seguinte recomendação: beber muita água.
O retorno ao Brasil, em 1949, não foi tão amistoso como ele esperava. Assim que o pai pôs os olhos no filho em casa, alertou: "Há muito trabalho pela frente. Vou lhe dar um salário e fazer uma experiência com você. Se não der certo, não vou lhe contratar." No mesmo dia Antonio Ermírio encarou seu primeiro dia de trabalho numa das fábricas do grupo Votorantim.
Bastaram seis anos para ele anunciar sua primeira vitória, a fundação de sua própria firma, a Companhia Brasileira de Alumínio, em 1955. Em 1962, Antonio Ermínio assumiu todas as empresas e o grupo não parou de crescer. Inaugurou fábricas de cimento, zinco e níquel. Sem reclamar, ele diz que desde que pisou na Votorantim não tira férias. "Mas minhas viagens de trabalho têm sabor de aventura." Nos anos 70, estava no Ceará em busca de jazidas de cobre. A ausência de restaurantes o obrigou a passar 15 dias comendo fruta-de-conde.
Terno surrado Em 1986, abocanhou 1,1 milhão de eleitores concorrendo ao governo do Estado de São Paulo pelo PTB - perdeu para Orestes Quércia. "Meu pai dizia que política é suja para um homem de empresa e eu o desobedeci", disse o empresário, que se desculpou ajoelhado ao túmulo do pai. Há dez anos investe no teatro. Brasil S/A, peça de sua autoria que estreou em 1996, foi escrita quando ele viajava para Londres, nas 18 horas do vôo. Pediu alguns guardanapos de papel e em cima do cardápio escreveu a peça que já estava em sua mente há tempos. "Para escolher o nome de um dos personagens, abri o cardápio. A primeira palavra que li foi camarão. É isso, o meu personagem se chama Camarão!"
Casado com Maria Regina e pai de nove filhos, é um homem de hábitos simples. Costuma ouvir atento os pedidos de emprego que recebe ao ser reconhecido nas ruas. Dispensa seguranças, não usa carro blindado e - dizem as más-línguas - veste sempre o mesmo terno surrado. Nem aparenta o empresário que, em 1996, foi apontado pela revista americana Forbes como um dos mais ricos do mundo, com uma fortuna estimada em US$ 5 bilhões.
VOCÊ SABIA?Tomou banho num hotel de beira de estrada em Juazeiro (BA). O "chuveiro" era uma lata com furos por onde escorria a água e o chão limboso exigia que ele usasse meias. Ao desligar o "chuveiro", cortou a mão. Sem hospital por perto, um senhor costurou o ferimento com linha e agulha. "Ficou uma perfeição"


Fonte: Revista ISTO É